14 outubro 2009

Uma manhã já antiga

Um destes dias,
Acordei numa manhã já antiga.
Anos atrás, tempos passado,
Um outro diferente do que sou,
Por muito menos vida sentida.

Nesse dia ainda não te conhecia.
Ainda não sabia o gosto
do teu sorriso tímido de catraia,
nem como fechas os olhos com lascívia
quando te beijo.
Ou o ritmo que aceleras no meu peito
quando me falas de ti,
quando me contas histórias de quem és.

Nesse dia, vi-te pela primeira vez.
E senti, sem ainda saber, o sangue a correr.
No ar um perfume que nem cheirei.
Na verdade, era o dia normal.
Era a semana repetida,
em tons de pastel,
a horas diferentes e no mesmo lugar.

Nesse dia, sorriste um sorriso de espontaneidade.
Quando as dores e as mágoas ainda não o haviam manchado,
Quando a felicidade ainda não o havia aprofundado.

Nesse dia, tudo foi natural e mal pensado.
Nesse dia em que eu, acordado,
Vivi o sonho encantado,
De te viver outra vez.

05 outubro 2009

Hmmm.... parece que ando a meter água!...

...porque esta menina ("Esposa, mãe, professora universitária... e cunhada!") decidiu dar-me um prémio e chamar-me feio... (houve naturalmente alguns "entretantos" entretanto)...

Assim tardiamente e a más horas, aqui fica este premiozinho, vulgo selo, vulgo, "ui, ui, espero que depois deste tempo todo, não tenha passado de prazo..."...

:-)


03 outubro 2009

Princípio de romance

Um murmurar distante, quase por começar.
O odor a nada que principia.
Cores e tons e nuances que ainda nem se reconhecem.
No pueril momento em que o amanhecer se inicia.
É ainda um segredo, mal se pressente.
Mas em breve o ar ruge, o odor impesta.
Logo as cores são berrantes, logo o amor explode.
E no filão dourado, perdido, dissolvido na rasteira corrente
A pepita brilha e incendeia, sem que ainda a vejam.
E quando a peneira surge.
É ouro...
É o Ouro!