07 dezembro 2005

The Godfather III

Vicenzo Corleone (by Andy Garcia) to Mary Corleone (by Sofia Copola):


- Love somebody else.

21 novembro 2005

The Godfather, part II (1974)

Kay Corleone (Diane Keaton), talking to Michael Corleone (Al PAcino):

At this moment I fell no love for you at all - I never thought that would happen - but it has.

19 novembro 2005

Ela

Na estrada ela caminha

Por entre o alcatrão preto

Que a vida ali deixou

Que até a morte já pisou.

Sem destino e sem pressa

Sem companhia, sem mapa

Leva o cabelo negro,

Leva o olhar que não desgruda.

A força deixou-a para trás.

A vida enterrou-a há muito.

Caminha por caminhar

Mas ainda sente cada passo

Ainda geme sob o sol demasiado quente.

Sofre.

Porque assim escolheu,

Porque quis ir mais além,

Porque não seguiu as setas,

Porque não desistiu.

Chegará um dia,

Em que ela não caminhará mais.

Chegará a hora em que

O caminho seguirá só.

E nem nesse dia,

Ele saberá

Onde a levar.

E da carne nascerá pó.

E das vestes - o varrerão.

O vento o espalhará.

E ela já não mais irá.

Estará dispersa.

Estará aqui.

10 novembro 2005

Lunni


Numa noite de praia

Num oceano deserto

Um olhar de mulher

Um ímpeto de audácia

Palavras que se não dizem

Ideias que se conjugam

Corações que batem

E rebatem, batem, batem.

Entre certezas de sempre

Naquele encontro acidental

Marcado e destinado

Que desde sempre nos esperou

Como um dia de agenda

O fim depois do princípio

Como a fome e a sede

Como agora depois de agora.

E as minhas mãos te tocaram

Texturas se esfregaram,

Cheirei teu cheiro

Beijei teus beijos

Lambi tua língua

E senti o que tu sentiste

Na fulgência daquele instante

Ínfimo momento,

(Sem tempo)

Gravado eternamente

Em duas memórias

Fugazes.

Onde estás que te não repetes?

Que te não oiço o batimento?

Que não me escutas suspirar?

Que não me amparas os beijos?...

Beijos…

09 novembro 2005

Hoje

Transporto dentro de mim a certeza,
Do amanhã errante que me fita
Numa esquina de uma rua que desconheço,
Mas que sei, sinto e choro ser a minha.
Vi nas estrelas um destino de felicidade,
Crismou-mo a boa fada com que nasci,
Li nas cartas, ouvi o vento e sei,
Seguro como estou do verso que se segue.

Sou fonte de vida

Sorvo a vida pelas pedras da calçada

E nas esquinas,

Absorvo o elixir da humanidade!

Onde os outros caminham sem caminhar,

Onde os outros olham sem olhar.

Trepo-me a mim próprio para me sublimar,

Clono o mérito alheio e consciencializo-o.

Mas quero mais.

Quero sempre mais.

Alcanço por cima dos prédios,

Ultrapasso os montes e vou até às montanhas.

Subo ao zénite, desço ao nadir.

E ainda não chega.

Sinto em mim a essência de ser

Que não é mais que amar viver.

Lutar por merecer cada acordar,

Até não querer mais que descansar.

E no entretanto,

Brindar!

06 novembro 2005

Poema, que te sinto em mim,

Agrilhoado nos veios desta página,

Que te ocultas por entre as palavras

Duras, ressequidas, ostracizadas, mortas.

És do mundo e nada meu, mas

De mim partes sem que eu te dê,

E levas-me contigo a alma,

O sangue.

Escrevo-te como o rio segue o leito,

Como se soubesse já o que serás,

(Que sei!, embora não saiba).

E eu só te quero a ti.

E odeio-te porque sem querer,

Me escrevi a mim.

22 maio 2005

Depois de mim

Sei que não sou quem era

Sei que me fui sem regresso

Que ninguém irá em meu socorro

Até aquela longe, longe terra.

Parti por convicção

Embora sem boa intuição.

Parti, ainda que ficando,

Morri um pouco,

Ainda sobrevivendo.

E hoje sou assim.

Existo.

Mas não persisto.

E não voltarei

A ser quem fui.

Sou outro.

Sou alguém

Depois de mim.