12 janeiro 2009

A novidade Humana

As questões simples são, tantas vezes, muito mais complexas do que aparentam. Duas dessas questões, aparentemente simples que sempre me inquietaram são a distinção abstracta entre os humanos e os outros seres vivos e as verdadeiras invenções humanas.
Começando pela última, cabe fazer a distinção (terminológica, explicativa...) entre descoberta científica e invenção. A descoberta consiste em conseguir utilizar algum conhecimento que já existem na Natureza. Assim, por exemplo, o princípio por trás dos computadores (impulsos eléctricos que transportam informação) já se encontra presente (e em estado muito mais avançado) nos neurónios humanos. Fazemos música, tal como tantos outros animais. Desporto com fins recreativos, tal como as crias fazem com fins educacionais (admito que as intenções sejam dissonantes). Contudo, à medida que aprofundamos os conhecimentos deste nosso planeta, apercebemo-nos que a Natureza já tem praticamente tudo patenteado: a pecuária é praticada pelas formigas; há animais que sabem usar instrumentos; os símios conseguem transmitir conhecimentos adquiridos à próxima geração. Será que existe alguma coisa realmente nova? Penso que o único conceito verdadeiramente artificial que concebemos foi o de extra-terrestre - ou de viagem espacial. Tudo o resto é apenas descoberto - basta olhar em volta. 
A diferença face aos "seres irracionais" é outra questão interessante - desta feita, porém, com mais pontos de partida. Segundo a ciência, as grandes diferenças não serão qualitativas, mas quantitavas e prendem-se essencialmente com a linguagem e com a cooperação. Em qualquer dos casos, estas capacidades encontram-se muito mais desenvolvidas nos humanos que em qualquer outro animal. Outros animais têm linguagem e cooperam, mas a um nível incomparavelmente mais simples. Presume-se igualmente que o Humano seja o único ser vivo com consciência. 

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