Foi naquela tarde, ao fim do dia
Sem distinta pompa, sem cortesia,
Que ao me rever te não descobri,
Vazio o espaço, em mim p’ra ti.
E logo absorto, descrente depois,
Que hesito, nego; desminto (ou minto)
E de coração em punho como os heróis
Juro-te o resgate do que já não sinto…
Como te perdeste em mim, minha deusa?
Como te dizer “já não te amo”?
Oh! Tanta canção, tanto poema,
Para um verbo e um pronome,
E esta chaga órfã, sem nome,
Que me persegue com dor extrema.
Treme-me o punho em sangue odiado
Que sobre ti pende e me trespassa
Este não sentir e sofrer culpado,
Traidor, desleal, vil e sem raça.
E é longo o padecer que não se explica.
Curta a frase, fria; quase científica.
“Já não te amo”.
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