Entre o gostar simplesmente,
E o odiar visceralmente,
Medeia um hiato sem significado,
Se o metro estiver nivelado.
Mas dado o passo calcanhar-ponta do pé,
Existe toda a falésia do último voo,
Que atravessa o arco-íris dos sabores,
a que, insipidamente, chamámos emoções humanas.
Da paixão, à raiva, ao ódio, ao desprezo,
Até se estatelar na indiferença do tempo,
Atravessa-nos este momento de clarividência
Que o súbito e - sempre surpreendente - chão
Dá de brinde a uma queda.
É o pequeno instante da esperança,
o momento em que o pânico já combina festas.
O coração cruza todo aquele espaço vazio,
que se criou onde a superfície do desconhecido radicava.
Porque um desconhecido é possibilidade e no pior dos casos,
Uma esmola num chapéu onde se contam moedas negras;
Mas quem já se amou é um poço fundo,
onde a moeda nunca nos devolve o som da distância.
2 comentários:
acabo de fazer mais uma visita ao teu blog, lindo como sempre. bj
Oi! Parece que havia aqui comentários não comentados!... Grande vergonha!
Obrigado pelos elogios e pelos sorrisos!
:D
:-)
:)))
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