31 dezembro 2009
O prazer das coisas simples...
Acendem em ondas. Apagam devagarinho. Ficam sempre acesas. Cintilam. Fazem corridas. E até, note-se, combinam todas as possibilidades acima descritas (é essa a primeira opção).
Será que não podiam só piscar?...
Plin...
Plon...
...
Plin...
Plon...
...
Plin...
29 dezembro 2009
Porque um poema também sofre
26 dezembro 2009
Da égide do encantamento
Numa destas últimas tardes – contando entre as vividas, apenas as sentidas – assisti, no meu costumado e nunca acostumado pôr-do-sol, a uma cor de estreia – ou à estreia de uma cor, se vos for mais conveniente.
Era vermelho.
Mas não era um vermelho “Coucher du soleil” (de marca francesa, como qualquer lápis de cor deve ser). Era diferente e único. Queria comunicar sentimentos e transmitir emoções. Não era apoiado e distante. Nem alaranjado e fugente. Não tinha as belas características sempre inenarráveis, nem as qualidades que as palavras apenas invejam a descrever – e que deslumbram os fins de tarde dos privilegiados.
Era um vermelho translúcido. Como se depois de morder o anzol, tivessem mandado pintar o céu em tons de aguarela, e a luz naquelas nuvens de arte, se houvera transfigurado em artífice vitralista.
Era um vermelho vitral. E fez-me sentir que estava na falésia do conhecimento, um passo além…
24 dezembro 2009
Pub natalícia
15 outubro 2009
14 outubro 2009
Uma manhã já antiga
Acordei numa manhã já antiga.
Anos atrás, tempos passado,
Um outro diferente do que sou,
Por muito menos vida sentida.
Nesse dia ainda não te conhecia.
Ainda não sabia o gosto
do teu sorriso tímido de catraia,
nem como fechas os olhos com lascívia
quando te beijo.
Ou o ritmo que aceleras no meu peito
quando me falas de ti,
quando me contas histórias de quem és.
Nesse dia, vi-te pela primeira vez.
E senti, sem ainda saber, o sangue a correr.
No ar um perfume que nem cheirei.
Na verdade, era o dia normal.
Era a semana repetida,
em tons de pastel,
a horas diferentes e no mesmo lugar.
Nesse dia, sorriste um sorriso de espontaneidade.
Quando as dores e as mágoas ainda não o haviam manchado,
Quando a felicidade ainda não o havia aprofundado.
Nesse dia, tudo foi natural e mal pensado.
Nesse dia em que eu, acordado,
Vivi o sonho encantado,
De te viver outra vez.
05 outubro 2009
Hmmm.... parece que ando a meter água!...
Assim tardiamente e a más horas, aqui fica este premiozinho, vulgo selo, vulgo, "ui, ui, espero que depois deste tempo todo, não tenha passado de prazo..."...
:-)
03 outubro 2009
Princípio de romance
O odor a nada que principia.
Cores e tons e nuances que ainda nem se reconhecem.
No pueril momento em que o amanhecer se inicia.
É ainda um segredo, mal se pressente.
Mas em breve o ar ruge, o odor impesta.
Logo as cores são berrantes, logo o amor explode.
E no filão dourado, perdido, dissolvido na rasteira corrente
A pepita brilha e incendeia, sem que ainda a vejam.
E quando a peneira surge.
É ouro...
É o Ouro!
13 setembro 2009
31 agosto 2009
Ontem...
06 agosto 2009
A Science publicou um estudo português
24 julho 2009
Parece que os cientistas descobriram que... (agora a cores...)
Os cientistas têm tendência para descobrir o óbvio... É o Damásio a dizer que as emoçoes influenciam as decisões, e agora estes japoneses... A mim, sempre me disseram que sou brilhante...
Divinais dores de dentes, prazeres machista e a imortalidade
21 julho 2009
20 julho 2009
Por vezes
20 maio 2009
28 abril 2009
Poesia de viagem
Em que o caminho não se cruza com o destino,
E temos de encostar na berma da estrada,
E pedir guarida no motel da vida;
Receber um quarto com piolhos e baratas,
Mas não faz mal.
Porque é só por esta noite.
22 março 2009
02 março 2009
Como dizer "já não te amo"
Sem distinta pompa, sem cortesia,
Que ao me rever te não descobri,
Vazio o espaço, em mim p’ra ti.
E logo absorto, descrente depois,
Que hesito, nego; desminto (ou minto)
E de coração em punho como os heróis
Juro-te o resgate do que já não sinto…
Como te perdeste em mim, minha deusa?
Como te dizer “já não te amo”?
Oh! Tanta canção, tanto poema,
Para um verbo e um pronome,
E esta chaga órfã, sem nome,
Que me persegue com dor extrema.
Treme-me o punho em sangue odiado
Que sobre ti pende e me trespassa
Este não sentir e sofrer culpado,
Traidor, desleal, vil e sem raça.
E é longo o padecer que não se explica.
Curta a frase, fria; quase científica.
“Já não te amo”.
07 fevereiro 2009
Nandiazar
De entre as questões que parecem permanecer imunes ao charme da compreensão humana, a das origens é das mais interessantes. A origem do Universo, a origem da Vida, a origem da Compreensão. A religião cristã encontra muitas vezes aí um reduto, face às derrotas que foi sofrendo, com o heliocentrismo, a teoria da evolução das espécies (em bom rigor, também ganhou argumentos, quando a mesma ciência prova que toda a vida terrestre é baseada em ADN, isto é, que dos sapos aos padres, temos todos a mesma base).
É até algo perturbador assumir a impossibilidade (actual?) de compreender certos fenómenos. Supostamente, no começo do Universo, não havia nada. E depois deu-se o Big Bang. Como conceber este nada? Esta anti-existência, situação abstracta e desconfortável? De onde veio e como? Reparem que, ao contrário de qualquer resposta, a dúvida é permanente - e permanece imperturbável, face a qualquer verdade ou mentira: somos resultado de uma experiência que correu mal num acelerador de partículas de uma outra civilização. E quem a criou? Qual a sua origem?... E se não ouve princípio? O Universo sempre existiu, não há momento inicial. Muito bem, se não teve um início, de onde veio, como apareceu?...
O nada é de facto perturbador para a mente. Conseguimos enquadrá-lo e dar-lhe um nome, mas concebê-lo? Imaginá-lo? Se o Universo é tudo o que existe, o que está por fora? Nada! E se alguém lá for, o que lhe acontece? Não pode lá ir! E o que se vê? Nada!... Será a compreensão humana capaz de absorver estes fenómenos tão incomparáveis à realidade que desde sempre a acompanhou? Será o nada o irónico limite do conhecimento humano?...
O início da vida é igualmente rebuscado, pois que o famoso caldo inicial continua esquivo das caçarolas de laboratórios espalhados por esse planeta fora. A centelha divina tem aqui espaço para crescer. A ciência talvez não.
Por muita ciência que exista hoje, ainda não conseguimos explicar ao coelho o que é o prado (ou sequer a caçarola). Embora muito de nós depositem uma fé inabalável em conceitos como "inteligência" e "lógica", a verdade é que temos uma grande falta de termos de comparação ("outras inteligências", "outras lógicas"). Como saber se, esta nossa inteligência é realmente boa? Como saber do que é capaz?... Não é inimaginável que, por muito sofisticado que seja o cérebro, sendo apenas o resultado do caos e da evolução (e não um objectivo divino), não tenha capacidade para entender tudo aquilo que gostaríamos. Não é inimaginável que, tal como o coelho não pode pensar, os humanos ainda que pensantes, não consigam realizar essa tarefa tão mais satisfatória e omnisciente que é nandiazar.
02 fevereiro 2009
À terceira é de vez?...
:-)
Agradecimentos com muito atraso, como vai sendo praxe.
(E redistribuições, como sempre, encralacadas. Os meus prémitos estão ali diariamente alinhados do lado esquerdo :-) )
01 fevereiro 2009
Leve, levezinho
Se faz o caminho.
Momento a momento,
Balançando o sossego,
Despindo o medo.
No meio da pista,
O segredo se conta,
Sussurrando aos gritos,
Partilhando o infinito.
Sou eu, sou eu.
Estou aqui, cheguei,
Anda ver, vamos dançar,
Vamos os dois festejar!
E a noite passa e não te largo,
É um sorriso irritante,
É o meu abraço.
Mais tarde amanhece,
O Sol aparece,
(estava tudo combinando).
Pomos os dois a mesa,
Lavamos a loiça.
(Quem sabe?
Talvez alguém trabalhe.)
E não há cupidos e setas,
Poemas nem borboletas.
Há eu e tu e tu comigo,
Há beijos, e este suave viver,
Todos os dias são nossos,
Somos os dois nós.
Viver e amar,
Amar e viver.
A alegria de perceber,
Que o Evereste foi bonito de subir,
Mas hoje é no sopé,
Que plantámos nossa casinha.
Aqui e ali.
Amar e ser feliz.
23 janeiro 2009
O dia do macaco e a "Explicação Universal"
A festa da vida foi a grande alegria da consciência. Infelizmente, traria também alguns dissabores. No final do dia, no rescaldo da excitação, um dos macacos tropeçou e caiu em cima de uma pedra inconsciente. O golpe foi fundo e os macacos souberam que também morriam.
As primeiros tribos de macacos conscientes trouxeram em si o veneno que os extinguiria - e que hoje chamamos doença do novo milénio, "depressão". No dealbar da consciência, o macaco deprimia a cada contingência, ao ser confrontado com a sua mortalidade, a sua natureza precária, a sua fragilidade. E para quê? Como perceber estes sentimentos enormes e avassaladores? Como ficar contente ao nascer do sol, se o macaco da tribo rival decidir experimentar o novo osso na nossa cabeça? Ou como celebrar o churrasco, se o pitéu tiver morrido de um envenenamento tóxico? Porque o macaco de então não conhecia a esperança. Olhando para o que via, ele não encontrava um sentido. Vivia, morria. Qual o significado? Quanto vale uma vida? Uma pedra que se desfaz? Uma árvore que seca? E depois da consciência, veio a depressão. E a morte.
Por esses dias, o proto ser humano foi iluminado com a capacidade de explicar. Ele passou a ser capaz de encontrar consequências. De saber que a um acto se segue uma reacção. E assim tudo estava justificado, explicado. E o que a ignorância escondesse seria uma acção do "Desconhecido", do "Outro", do "Grande". A explicação universal para todo o desconhecido havia nascido. E com ela, o primeiro anti-depressivo, tomado, obviamente, por antecipação. Antes dos sintomas. E quando o proto-humano tomou consciência de si, ao contrário do macaco deprimido, não desistiu à primeira morte. Ele não desesperou à primeira derrota. Porque havia um sentido. O proto-humano tinha um propósito. O proto-humano era capaz de superar as desvantagens da consciência e isso levá-lo-ia ao domínio do planeta. Ele tinha consigo a "explicação universal" de tudo, inclusivamente de si mesmo.
20 janeiro 2009
Freud explica:
- Oh, Will! You're hot early!... I mean, you're here hansom!... I'm sorry!!! Would you like some sex in your coffee?...
13 janeiro 2009
Poema
12 janeiro 2009
A novidade Humana
A "teoria do Nando"
01 janeiro 2009
O Pai Natal e o Totoloto
Acredito nas barbas brancas serenas, do velhote bondoso; acredito nos duendes trabalhadores e incansáveis; acredito na morada secreta, que ninguém pode alcançar; acredito nas descidas pelos esconderijos das chaminés... Porque reparem: há imensos fusos horários, atravessar o Mundo numa noite, não é assim tão difícil (principalmente se for a voar, como os aviões, os pardais, os helicópteros, as libelinhas, os
E podem argumentar que há imensos Pais Natais em todos os Centros Comerciais... Mas no cinema também aparecem imensas grávidas que nunca o estiveram! E isso não significa que não existam mulheres [e homem] grávidas. Lá por alguns pais e tios se mascararem fora do Carnaval, isso não prova uma mentira, apenas reforça a minha crença: poderia uma mentira estar tão arreigada nos lares humanos, se não houvesse um fundo de verdade?... E as crianças, na sua máxima pureza, são as que mais perto da verdade podem estar. Elas acreditam naturalmente... Porque as convenceriam os pais de uma mentira? Eu respeito quem não acredita. Mas pergunto-lhes sempre: «e no amor e na sede, também não acredita?»...
Já no Totoloto não acredito. Nunca me saiu, e eu porto-me sempre bem. Tenho prendas todos os Natais, mas nunca milhões ao fim-de-semana. E não conheço ninguém a quem tenha saído o primeiro prémio. Só vi uma vez na televisão, logo a seguir ao Hans Solo e o Luke destruírem a Estrela da Morte [para quem não seguiu, foi uma dupla trilogia...]. Não. O Totoloto, para mim, não existe.